O câncer colorretal está entre as neoplasias mais prevalentes no mundo. A cada ano, quase um milhão de pessoas em todo o globo são diagnosticadas com esse tipo de câncer. É a terceira maior causa de morte por câncer, responsável por 639.000 mortes por ano. É a terceira neoplasia mais frequente nas mulheres e a quarta mais frequente nos homens. A incidência dessa doença vem aumentando nos últimos anos e esse aumento é decorrente, principalmente, do envelhecimento da população (90% dos casos são diagnosticados em pessoas acima de 50 anos).
Não temos como falar de câncer colorretal sem citar os pólipos intestinais. Os pólipos são formações da mucosa do intestino que podem, com o passar do tempo, se transformar em lesões cancerígenas. Até 85% dos casos de câncer colorretal se iniciam com lesões polipoides. Uma série de desordens genéticas associadas podem fazer com que os pólipos se transformem no câncer propriamente dito. Toda vez que um pólipo é encontrado no exame de colonoscopia ele deve ser retirado totalmente e enviado para biópsia.
SINAIS E SINTOMAS
O câncer colorretal na maioria das vezes tem uma progressão lenta, portanto, pode ser uma doença silenciosa e não causar sintoma nenhum para o paciente. Entretanto, é frequente que as pessoas com câncer colorretal tenham dor abdominal crônica, sangramento via retal (sangue vivo ou misturado com as fezes), alteração no hábito intestinal (constipação ou diarreia), mudança no aspecto das fezes (com sangue ou mais finas que o habitual), anemia e, nos casos mais graves, obstrução ou perfuração intestinal.
DIAGNÓSTICO
Na maioria das vezes esse diagnóstico é feito através do exame de colonoscopia, entretanto, o diagnóstico definitivo é feito através de biópsia. Alguns pacientes podem ser diagnosticados com câncer colorretal durante uma cirurgia de emergência, nos casos de perfuração ou obstrução total do intestino.
TRATAMENTO
O principal objetivo do tratamento é obter a cura com o menor número possível de complicações, sempre visando a qualidade de vida do paciente. Todo paciente diagnosticado com câncer colorretal, antes de realizar o tratamento propriamente dito, deve ser submetido a um estadiamento. O estadiamento tem como objetivo saber a extensão da doença em cada paciente. Assim, é possível avaliar se o paciente tem uma doença restrita ao intestino ou se ela já se espalhou para outros órgãos (metástases). Depois de realizado o estadiamento, o paciente será submetido à melhor opção de tratamento possível. O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
PREVENÇÃO E RASTREIO
Toda pessoa a partir dos 50 anos deve realizar o exame de colonoscopia, no mínimo, a cada 10 anos. O objetivo desse exame é buscar o câncer em estágios iniciais ou, melhor ainda, pólipos que ainda não se transformaram em câncer. Quem tiver histórico familiar de câncer colorretal deve iniciar o rastreio aos 40 anos ou dez anos antes do diagnóstico de câncer do familiar com a doença. Por exemplo, se a pessoa tinha 35 anos quando foi diagnosticada com câncer colorretal, você deve iniciar o rastreio com 25 anos de idade.
Conteúdo escrito por:
Dr. Samir Smaka Ivanoski Junior
CRM-PR: 28.293.
Cirurgião Geral (RQE : 16.951).
Cirurgião do Aparelho Digestivo (RQE : 19.237).
Área de Atuação em Endoscopia Digestiva (RQE : 22.766).